Friday, November 25, 2011

Procura-se um amor


Procura-se um amor que goste de brincar.

Não com sentimentos, mas com cachorros e nuvens no céu.

Procura-se um amor paciente,

Que faça amor sem pressa e construa com calma uma relação.

Procura-se um amor diferente,

Diferente dos amores corriqueiros,

Diferente dos amores inventados, ensaiados.

Procura-se um amor real.

Que encare com graça o tédio do Domingo, a preguiça de ir ao supermercado ou o carro quebrado.

Procura-se um amor intrometido,

Que queira se meter na minha vida, sem pedir licença.

Procura-se um amor gentil,

Que me ofereça a mão, o colo e o ombro de vez em quando.

Procura-se um amor que queira arriscar-se,

Que queira sentir cheiro de chuva, que se encante com nada.

Procura-se um amor que goste de sorrir

E que não precise de grandes motivos para isso.

Procura-se um amor que goste de beijar

E de abraços e do dia dos namorados.

Procura-se um amor que deseja ser encontrado,

Que deseja ser amado,

Que deseja amar também.

Friday, June 10, 2011

Conjecturas sobre o amor e outras baboseiras que os filmes colocaram em nossa cabeça.

Leia, concorde, discorde ou simplesmente divirta-se.

Parte I - Fast Love

Li numa pesquisa, dessas tantas que fazem por aí, que os espectadores de comédias românticas, têm um comportamento distorcido nos seus relacionamentos. Esta pesquisa mostrava que pessoas que assistem com frequência a este estilo de filme, estão tornando-se “viciados em finais felizes”.

Juntando esta informação com o que observo diariamente, percebo nas pessoas e pasmem, principalmente nos homens, um tipo de romantismo distorcido que acredita que o amor acontece como num passe de mágica, assim que você olha ou até beija alguém. Parecem mesmo esperar que aconteça como nos filmes, quando sobe a trilha e os dois sabem que encontraram a tal “pessoa da sua vida”.

Então o amor passa a ser um tudo ou nada, é ou não é. Exatamente como se fossemos todos personagens com comportamentos e falas previamente ensaiados. Tudo feito para combinar e agradar o outro.

Mas, olhando à minha volta, vejo que muitos dos casais mais verdadeiros, harmônicos e inspiradores que conheço, conheceram-se no trabalho, na escola, curso, na sua rua ou condomínio, etc. Ou seja, estas pessoas tiveram um tempo de convivência, puderam rir juntos, dividiram uma rotina, puderam avaliar como o outro se saia em diferentes situações e tudo acabou aproximando-os até que, de amigos ou conhecidos, acabaram apaixonando-se e depois perceberam que amavam-se.

Claro que nem sempre é assim, não existe uma regra sobre a forma ou o lugar para conhecer alguém. Mas o que não podemos, é conhecer alguém num dia e no dia seguinte ou na semana seguinte, dizer: não é o homem ou mulher da minha vida.

Mas é claro que estamos falando de alguém por quem você sentiu algum tipo de interesse inicial.

Outra consideração a fazer, é que você pode ser muito feliz, com pessoas com quem você não passará o resto dos seus dias, com quem não terá filhos e netos e tudo bem. Ainda sobram dias e noites maravilhosos, viagens, descobertas e milhares de histórias pra contar.

Mas, definitivamente não somos personagens, ninguém é completamente fofo e nem completamente traste.

Nem todos os amores são descobertos num esbarrão, num beijo ou numa noite. Portanto, vamos dar tempo para conhecer melhor e poder amar as pessoas.

Afinal, o amor não tem fórmula, não tem roteiro, não tem hora pra acontecer e é maravilhoso por isso. Mas uma paixão ou interesse, precisa ser alimentado, para que transforme-se em algo mais e algo mais pode ser amor, ou não, mas descobrir isso pode ser delicioso.

Parte II- Será que é amor?

Então tá. Estou saindo com alguém há algum tempo. Conversamos, passeamos, jantamos, viajamos, etc e tal.

Como saber se aquele interesse ou a paixão inicial, realmente é amor?

Esse papo surgiu com uma amiga e acabei pensando melhor sobre o assunto. Então perdoem as mais pudicas, mas acho que esta situação se assemelha um pouco ao orgasmo feminino. Acho que muitas mulheres acham que nunca tiveram um, simplesmente porque estão esperando pelo orgasmo do filme. Aquele em que a mocinha se contorce inteira como se protagonizasse uma cena de exorcismo.

Acho que algumas pessoas também acreditam que nunca vivenciaram o amor, simplesmente porque estão esperando o drama, a intensidade arrebatadora e as cenas mágicas dos filmes e novelas. A verdade é que as vezes, as circuntâncias até levam a isso. No caso, os amores não correspondidos ou à distância, os amores proibidos, os interrompidos, mas na maioria dos casos você descobre o amor de forma muito, muito sutil, não existem os fogos, nem a música, nem a cara de bobo...tá a cara de bobo, talvez.

Acho que é algo como um dia você acorda, olha para a pessoa e pensa que acordaria ao lado dela, exatamente como nesse dia, por muitos dias mais, anos talvez.

Mesmo sabendo que daqui a pouco ele vai reclamar que está atrasado e você vai reclamar que ele nunca tem iogurte, ou até coisas bem mais complexas.

Aí, você pode virar para o seu parceiro e dizer: eu te amo. Sem esperar que ele diga o mesmo, porque a descoberta muitas vezes não acontece ao mesmo tempo, mas isso já é outro assunto.

Parte III- Eu já sei e o outro nem desconfia

Da série, mulheres são de Vênus e homens são de Marte. Mas eu conheço mulheres que são de Marte e homens que meu Deus do Céu, não apenas são de Vênus como parecem viver lá.

Mas, discussões sobre diferenças à parte, porque é tão difícil acertar os calendários do relacionamento? Parece que um está sempre pedindo calma ao outro.

Um está ficando, o outro já está namorando. Um está pronto pra casar e o outro está achando ótimo namorar. Um está gostando, o outro está apaixonado. Um ama, ou outro adora.

A verdade é que seres humanos tem diferenças que têm sido ignoradas e pouco toleradas nos nossos dias.

Cada cabeça é um mundo, um mundo onde as coisas têm significados diferentes, onde o que para mim é romance, para o outro é rotina. Onde ligar para dizer que adorou o encontro, para um é carinho para o outro é exposição demais e pode gerar conseqüências sérias.

Como sobreviver a tantas armadilhas? Para mim, a resposta está na espontaneidade. Acho que tem faltado coragem para expor o que se sente. Aí, fica todo mundo esperando que o outro fale primeiro, que o outro procure, que o outro ligue, que o outro faça.

Faça antes ou faça depois, mas faça quando estiver com vontade. Compreenda o que é exagero, mas escute seus impulsos. Se o outro não for capaz de compreender, provavelmente ele não está pronto para você ou para o que você deseja.

Exponha como você gostaria que fosse, o outro pode concordar ou não, mas vai saber o que está dentro da sua cabeça e como é, o seu mundo.

Mas, antes de mais nada, explore bastante a sua cabeça, conheça seu próprio mundo. Esta é uma tarefa árdua, mas completamente necessária para quem quer conviver com o mundo do outro.