Sunday, June 16, 2013

De que cor?


Meninos e meninas que cantam e dançam ritmos que nem sempre entendo, nem sempre gosto. Mas não posso negar o tanto que gosto de ver a alegria, a mistura, a forma como se expressam . Não me preocupa a cor que eles tem na pele, nem nos cabelos. Afinal, de que cor eu sou? E vc? Meu pai tem cor de índio, minha mãe de sinhazinha, meu cabelo é crespo, minha pele é branca, a minha irmã é morena, meu sobrinho é mulato, minha sobrinha é loura.
Tem funckeira branca, sambista negro, pagodeiro negro com atriz branca. E daí?
Já não chega de tantas definições, comparações, separações?
Respeite a música que você não gosta, o time que você não torce, o programa que você não assiste, no canal que você não vê. E se você não vê, porque especula? Porque critica?
Não mostrar na TV, os penteados, as roupas e danças dos guetos, não faz com que eles mudem ou desapareçam.
Mostrar na TV, negros com o cabelo louro, dançando até o chão, não significa  dizer que outros negros não possam assumir seus cabelos crespos, não possam ser músicos clássicos, dançar outras danças, ouvir outros ritmos.
A riqueza da cultura, sua importância na mudança do mundo, está exatamente na diversidade, na liberdade de ser o que quiser ser, é isso que esquenta nossas almas e nos faz sentir vivos.
Eu também quero ver mais diversidade na TV,  no cinema, no teatro, mas não posso escolher o que os artistas farão, o que cantarão, como usarão seus cabelos e roupas. O que posso é não gostar, não assistir, não comprar o disco, não ir ao show. Você também.

Monday, June 10, 2013

De bobeira














O amor é bobo,
Tem riso frouxo.
O amor é louco,
Dá cambalhota,
Vira e revira.
O amor é tolo,
Sonha acordado,
Corta um dobrado.
O amor é isso,
Faz que não vê,
Finge de morto,
Rola na cama.
O amor é dança,
Escolhe o ritmo,
Desfaz o passo,
Bagunça tudo.
O amor tem disso,
Faz que não vai,
Perde a razão,
Depois se refaz
Como quem não quer nada
E só quer ser feliz.

Wednesday, June 05, 2013

A minha e a sua


Dor de farpa no dedo,
De topada no pé da mesa,
Dor de cotovelo,
De filho querendo sair.
Dor de não ter o que se quer,
Dor de amor,
De pedra no rim,
De tanto rir.
A minha dor,
A sua dor,
As dores do mundo.
E todo mundo tem uma dor
E toda dor tem um fim.
Tem dor que demora,
Dor que insiste,
Tem dor rapidinha,
Dor que nem doía tanto assim
Depois que passa,
Depois que vai, é só mais uma,
Mas como dói.