Meninos e
meninas que cantam e dançam ritmos que nem sempre entendo, nem sempre gosto.
Mas não posso negar o tanto que gosto de ver a alegria, a mistura, a forma como
se expressam . Não me preocupa a cor que eles tem na pele, nem nos cabelos.
Afinal, de que cor eu sou? E vc? Meu pai tem cor de índio, minha mãe de
sinhazinha, meu cabelo é crespo, minha pele é branca, a minha irmã é morena, meu
sobrinho é mulato, minha sobrinha é loura.
Tem
funckeira branca, sambista negro, pagodeiro negro com atriz branca. E daí?
Já não
chega de tantas definições, comparações, separações?
Respeite a
música que você não gosta, o time que você não torce, o programa que você não assiste,
no canal que você não vê. E se você não vê, porque especula? Porque critica?
Não mostrar
na TV, os penteados, as roupas e danças dos guetos, não faz com que eles mudem
ou desapareçam.
Mostrar na
TV, negros com o cabelo louro, dançando até o chão, não significa dizer que outros negros não possam
assumir seus cabelos crespos, não possam ser músicos clássicos, dançar outras
danças, ouvir outros ritmos.
A riqueza
da cultura, sua importância na mudança do mundo, está exatamente na
diversidade, na liberdade de ser o que quiser ser, é isso que esquenta nossas
almas e nos faz sentir vivos.
Eu também
quero ver mais diversidade na TV,
no cinema, no teatro, mas não posso escolher o que os artistas farão, o
que cantarão, como usarão seus cabelos e roupas. O que posso é não gostar, não
assistir, não comprar o disco, não ir ao show. Você também.