Wednesday, July 04, 2007

Maria vai se casar

Maria é uma grande amiga. Moça charmosa, de sorriso largo e olhos encantados. Maria é do interior, como eu. E como eu, trouxe na mala o jeito simples que as moças do interior encaram as coisas, em especial as coisas do coração. No nosso jeito interiorano de ser, você faz o que for preciso para se tornar uma boa pessoa, especialmente porque boas pessoas atraem boas pessoas e com estas boas pessoas resolvem criar laços, ficam noivas e depois se casam. Simples assim.
Mas a história de Maria, acabou tomando outro rumo, assim como a história de tantas outras moças. Porque já não é tão fácil encontrar um bom moço ou porque os bons moços conhecem muitas moças legais nos lugares aonde vão e por isso não querem se prender a nenhuma delas.
Bem, mas o fato é que depois de alguns desgastes e entrevistas ou como eu digo, depois de preencher algumas fichas do senso respondendo seu nome, idade, profissão e onde mora, eis que Maria, enquanto comemorava seu aniversário, conheceu um amigo de uns amigos. Um moço diferente, de fala enrolada, jeito moderno, óculos coloridos. De cara até Maria ficou meio assim, mas mesmo assim resolveu que valia conhecer melhor, afinal o que ela tinha a perder.
E foi deste jeito que começou a história de Maria. Se viram uma vez, outra, e a coisa foi ficando séria. Ligou-me uma vez em frangalhos, porque tinha chegado o dia de levá-lo ao interior para conhecer os pais e os irmãos. Lá fui eu para dar uma força.
Correu tudo bem, como era de se esperar. O churrasco, a família, a cordialidade, tudo no ponto. O tempo passou e Maria e seu moço de fala enrolada, foram ficando mais e mais juntos. Mas, hoje em dia as coisas não se resolvem de forma tão simples. É preciso mais do que amor, mais que querer. É preciso casar os impostos, o aluguel, o salário e todas as contas e planos. No meu apartamento ou no seu? O meu carro ou o seu? Ufa.

Uma Maria ressabiada pelas interrogações da vida me ligou para falar sobre o seu aniversário desse ano. Combinados hora e local lá estávamos nós, numa mesa grande de um bom restaurante. Maria estava linda, maquiagem caprichada, nem parecia que tinha saído só pra jantar. Mas Maria é assim, sempre produzida, com aquele ar meio francês, que é dela, não importa aonde vá.

Foi no meio do burburinho do restaurante e do movimento dos garçons que começamos a ouvir um som diferente. Parecia um piano, ou algo assim. Então, o moço se aproximou da Maria e foi tudo tão rápido e foi tudo tão lindo, ele com a mão sobre a dela, ela com os olhos arregalados, querendo saber o que estava acontecendo, ele falando algo sobre um momento importante na vida e mais algumas coisas e de repente, ele se ajoelha, como naqueles filmes da sessão da tarde, e pede a mão de “My baby” em casamento. Foi um momento tenso, todas as mulheres, incluindo Maria, lutavam contra as lágrimas para não borrarem a maquiagem, mas era difícil, porque não sabíamos como agir, porque não nos preparamos, porque não acreditávamos mais nessa cena.
Mas enfim, Maria, olhos agora mais brilhantes e promovida a “My Baby”, tenta entender como tudo aconteceu, tenta não olhar tanto pro anel, tenta lembrar que tudo isso é normal.
Apesar de tudo o que mudou no mundo, de toda liberdade, de todas as conquistas e dos sutiãs queimados, eu, Maria e todas as mulheres do mundo, da cidade e do interior, com ou sem Internet, ipod e iphone, ainda desejamos ter uma mão sobre a nossa , um piano ao fundo e um pedido de casamento.

1 comment:

Anonymous said...

Bom...recebi da Re.....entrei pra ver...e ADOREI !!!! Com certeza...diga o que disserem as mulheres......todas querem uma mão, um piano e um pedido de casamento!!!!

Bjocas Flavinha (do Dani - pra vc saber quem é....rs.....)