Quando era criança, vivia numa deliciosa cidade do interior, cercada de ótimos amigos, milhares de primos, irmãs, enfim, tudo o que uma criança pode querer para ser mais que feliz. Bem, mesmo no meio de toda algazarra em que eu vivia, ainda assim eu dizia repetidas vezes à minha mãe, que eu viveria numa cidade bem maior, quando eu crescesse. Era quase como se eu não coubesse lá. Pois bem, cá estou vivendo minha vida adulta numa grande cidade quase que por acaso.
Iguais a este fato, aconteceram vários em minha vida, coisas que eu desejei e aconteceram.
Apesar disso, não acredito que eu seja uma pessoa sonhadora. Na verdade acho que fui por um tempo mas percebi logo cedo que essa história de sonhos que caem do céu não existem.
Senti-me culpada logo que me dei conta disso, afinal de contas, diariamente recebemos uma enxurrada de mensagens (pps. ou não) dizendo da importância de ter sonhos, mas não gosto de chamar de sonhos os meus planos. Porque assim parecem inatingíveis, irrealizáveis.
Acredito em fé, em trabalho, acredito em acreditar em si mesmo, acredito em muita coisa. Mas sonho simplesmente, acho que não. Porque acho que se tivesse ficado no meu quarto sonhando com a vida que eu queria ter, eu não teria saído de casa aos 17, não teria trabalhado de dia e estudado a noite, não teria ficado sem almoçar por quase um ano fazendo curso, enfim, acho que não estaria aqui.
Mas talvez esteja sendo radical, porque até acredito em sonhos, desde que sejam vistos como planos e desde que eles tenham sua execução planejada com começo, meio e fim.
Acho importante saber o que você quer ser e mais importante ainda sabe quem você quer ser. Isso define tudo.
O melhor é que as pessoas mais interessantes que eu conheço ralaram muito pra chegar longe. Quanto às outras, essas que encontraram tudo pronto, acho que são um pouco enfadonhas, faltam-lhes histórias pra contar. Faltam-lhes desejos, desses que fazem a vida valer a pena.
É como diz a música: “viver é melhor que sonhar”...
Líu Brito
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