Wednesday, May 29, 2013

Ando tão à flor da pele


Estamos todos à flor da pele, prestes a explodir, por um fio. Eu, você, o prefeito, o vizinho, o motorista, o papa, a sua mãe. Todos a ponto de partir pra cima, dizer uns desaforos, distribuir uns tapas, dar uns bons berros.
Tanto nó na garganta, de onde vem? Acho que pode ser deste nosso dia a dia louco, corrido, assimilando dores, tristezas e insatisfações. Também vem de uma desesperança coletiva pelo excesso de cobranças.
Tem que ser feliz, tem que fazer sucesso, ser boa mãe, ser o melhor, ter isso e aquilo. Tem horas que realmente só resta gritar. Será?
A verdade é que temos precisado de mais silêncio, de mais paz, mais vento no rosto, mais chopinho gelado. A verdade é que estamos precisando também  de menos. Menos falatório, menos amigos virtuais, menos desejos, menos, bem menos.
E quando o pote ficar cheio, o caldo querendo entornar,  vai dar um mergulho, escuta uma boa música, leia Vínicius, canta alto, tira onda de camaro amarelo, mas não se deixe transformar em um monstro enfurecido distribuindo vociferações. Afinal, quando quem grita mais alto é a questão a ser decidida, todo o resto já perdeu a importância, por mais que você tivesse razão. Então, relaxa.

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