Li numa pesquisa, dessas tantas que fazem por aí, que os espectadores de comédias românticas, têm um comportamento distorcido nos seus relacionamentos. Esta pesquisa mostrava que pessoas que assistem com frequência a este estilo de filme, estão tornando-se “viciados em finais felizes”.
Juntando esta informação com o que observo diariamente, percebo nas pessoas e pasmem, principalmente nos homens, um tipo de romantismo distorcido que acredita que o amor acontece como num passe de mágica, assim que você olha ou até beija alguém. Parecem mesmo esperar que aconteça como nos filmes, quando sobe a trilha e os dois sabem que encontraram a tal “pessoa da sua vida”.
Então o amor passa a ser um tudo ou nada, é ou não é. Exatamente como se fossemos todos personagens com comportamentos e falas previamente ensaiados. Tudo feito para combinar e agradar o outro.
Mas, olhando à minha volta, vejo que muitos dos casais mais verdadeiros, harmônicos e inspiradores que conheço, conheceram-se no trabalho, na escola, curso, na sua rua ou condomínio, etc. Ou seja, estas pessoas tiveram um tempo de convivência, puderam rir juntos, dividiram uma rotina, puderam avaliar como o outro se saia em diferentes situações e tudo acabou aproximando-os até que, de amigos ou conhecidos, acabaram apaixonando-se e depois perceberam que amavam-se.
Claro que nem sempre é assim, não existe uma regra sobre a forma ou o lugar para conhecer alguém. Mas o que não podemos, é conhecer alguém num dia e no dia seguinte ou na semana seguinte, dizer: não é o homem ou mulher da minha vida.
Mas é claro que estamos falando de alguém por quem você sentiu algum tipo de interesse inicial.
Outra consideração a fazer, é que você pode ser muito feliz, com pessoas com quem você não passará o resto dos seus dias, com quem não terá filhos e netos e tudo bem. Ainda sobram dias e noites maravilhosos, viagens, descobertas e milhares de histórias pra contar.
Mas, definitivamente não somos personagens, ninguém é completamente fofo e nem completamente traste.
Nem todos os amores são descobertos num esbarrão, num beijo ou numa noite. Portanto, vamos dar tempo para conhecer melhor e poder amar as pessoas.
Afinal, o amor não tem fórmula, não tem roteiro, não tem hora pra acontecer e é maravilhoso por isso. Mas uma paixão ou interesse, precisa ser alimentado, para que transforme-se em algo mais e algo mais pode ser amor, ou não, mas descobrir isso pode ser delicioso.